segunda-feira, 28 de novembro de 2011

just so

..."um brinde ao sol
para as coisas que nunca vão
ao romper do dia
isso é tudo que eu digo..."    
                                                    

sábado, 19 de novembro de 2011

posição do leitor


O leitor, fechado no parênteses, lê o capítulo em branco,
a respiração da cidade submarina de onde os rios se precipitam e se cruzam desviados aqui, obedecendo contudo às margens que os contêm, obedecendo por quanto tempo, por quanto tempo ainda, a esse lugar irónico onde as mãos de leitor procuram abrir a sua própria história dividida vindo.


Como se olhando vigilantemente a porta levantasse a tábua do chão e buscasse os despojos do crime, o dinheiro e o relógio e a arma, e depois desistisse de cavar sob a casa em equilíbrio difícil sobre o chão correr vertiginosamente para essas marcas onde o futuro já se marca; para o futuro! para o  futuro!


Estas marcas e, contudo, ainda tudo é indeciso; o leitor tem ainda duas mãos enormes que crescem percorrendo o que o espera e não espera, fazendo isto e aquilo, porque algures por essa diferença que pulsa no parênteses poderá passar isso, sempre a caminho do fim da pré-história. Asfixiado, foge e não foge, oscila e uiva, afasta e aproxima as fronteiras, folheia -as e dobra-as umas sobre as outras, e assim as frases e o país rolam, alteram-se as suas várias camadas, revolucionam-se os fósseis, as estrelas mortas, as raízes, e entretanto o parênteses vai pulsando, dilatando-se e diminuindo, acendendo-se como um coração, desejo que se adia e adia o leitor.

_Manuel Gusmão_

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

futuridade

    _Giacomo Balla_ 
                                                                               

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Cantos da Babilónia

  

no meio desta raça que cultivamos que critério tem, nós?
só seremos livres quando todas as partes se unirem.

sábado, 12 de novembro de 2011

sábado, 5 de novembro de 2011

um momento

um momento...
as palavras eficientes no sentido pretendido
sem sentido no olhar que transportam.
saudáveis.
capazes de criar das mãos a razão fundamental das palavras...
neste momento
consentido te assento.


olho que se vê a si próprio


também assobiando...entre o dorso pouso as asas, caminho devagar porque não tenho pressa de levantar voo!

terça-feira, 1 de novembro de 2011

mais um dia...

...quieto.
os dedos no carvão
a música como inspiração.

mística

_ foto de, Antonio Cunha, na "IllustraçãoPortuguesa" a 09 outubro 1905_

um morador desta zona, já me tinha dito que em tempos o rio que ali desaguava, corria entre pomares de macieiras, levando a fruta madura até à praia, atestando-a. e desta forma lhe ficou o nome, praia das maças.
agora o que não me contou, foram algumas das suas lendas. talvez para não me assustar de cada vez que lhe faço uma visista, visto que aquele território está repleto de misticismo. muito mais a mim, que me atrai!


como esta...

" era uma mãe que tinha 3 filhas e isso passava-se num lugar na praia das maças que se chamava 3 Marias, que é uma praia chamada as 3 Marias. e a casa chamava-se a casa das 3 Marias. e uma filha era Ana Maria, Joana Maria, e outra Teresa Maria, e essa mãe tinha uma ligação esquisita com as forças ocultas. só que entretanto ela não queria que as filhas participassem nessa actividade porque via que era saudável para as filhas. então colocava as filhas nessa casa(que já era abandonada). e as filhas iam lá dormir enquanto a mãe ia a Sintra, que é um local tipicamente setânicoo digamos assim. e ia lá fazer os seus rituais. só que entretanto o "inimigo" não queria só ter contacto com a mãe queria ter contacto com as filhas também e começou então a falar através de espíritos aquela casa. e as meninas dormiam lá. então a casa começou a ficar assombrada. por causa dos rituais da mãe e por causa delas, que são as 3 Marias.

- contam que elas nunca mais foram vistas, nem a mãe só que a casa continua lá e está assombrada. certas pessoas disseram que aconteceram experiências com elas dentro dessa casa ou ao passar na casa ouviram barulhos. mas eu sinceramente, nunca ouvi nada."

_ lenda retirada em, ceao@ualg.pt_


- eu também nuca ouvi nenhum barulho esquisito, a não ser as batidas do meu coração!