segunda-feira, 24 de setembro de 2012

antes que eu vá

 "dizem que antes de morrer a nossa vida inteira passa diante dos nossos olhos" 

sempre haverá um amanhã?
nem sempre haverá um amanhã.




domingo, 16 de setembro de 2012

não se falam. fazem-se.


ligo a pormenores indiscutíveis. as palavras não conseguem ver. e um Obrigado, não chega como reconhecimento.  

terça-feira, 11 de setembro de 2012

os dias contigo...

são doces. repito: são doces.




Aos poucos, na ausência dele, enquanto tentava compreendê-lo. Cada vez menos para que minha compreesão fosse sedutora a ponto de convencê-lo a voltar , e cada vez mais para que essa compreensão ajudasse a mim mesmo. Não sei dizer. Quando penso desse jeito, enumero proposições como: a ser uma pessoa menos banal, a ser mais forte, mais seguro, mais sereno, mais feliz, a navegar com o mínimo de dor. Essas coisas todas que decidimos fazer ou tornar quando algo que supúnhamos grande acaba, e não há nada a ser feito a não ser continuar vivendo.
Então que seja doce .Repito todas as manhãs , ao abrir as janelas para deixar entrar o sol ou o cinza dos dias , bem assim: que seja doce. Quando há sol esse sol bate na minha cara amassada de sono ou de insônia…Mas , se laguém me perguntasse que deverá ser doce, talvez não saiba responder. Tudo é tão vago como se fosse nada…
Pensava ás vezes em tratá-lo dessa forma, pelo avesso, para que fossêmos mais felizes juntos. Nunca me atrevi. E , agora que se foi , é tarde demais para tentar requintadas harmonias.
Eu o amava . Eu o amo ainda, quem sabe mesmo agora, quem sabe mesmo sem saber direito o significado exato dessa palavra seca- amor … dormindo ou acordado, eu recebia sua partida como um súbito soco no peito. Então olhava para cima, para os lados, à procura de Deus ou qualquer coisa assim- hamadríades, arcanjos, nuvens radioativas, demônios que fossem. Nunca os via. Nunca via nada além das paredes de repente tão vazias sem ele… Mais triste :nunca mais nenhuma vontade de ser feliz dentro da gente, mesmo que essa felicidade nos deixe com o coração disparado , mãos úmidas , olhos brilhantes e aquela fome incapaz de engolir qualquer coisa… As manhãs são boas para acordar dentro delas , beber café , espiar o tempo. Os objetos são bons de olhar para eles , sem muitos sustos , porque são o que são e também nos olham, com os olhos que nada pensam. Desde que o mandei embora, para que eu pudesse enfim aprender a grande desilusão do paraíso, é assim que sinto: quase sem sentir…Mas respiro fundo, esfrego as palmas das mãos, gero energia de mim. Para menter-me vivo, saio à procura de ilusões …. fico cansado do amor que sinto, e num enorme esforço que aos poucos se transforma numa espécie de modesta alegria, tarde da noite , sozinho neste apartamento… repito e repito este meu confuso aprendizado para a criança-eu-mesmo sentada aflita e com frio nos joelhos do sereno velho-eu-mesmo:
-Dorme, só existe o sonho. Dorme, meu filho. Que seja doce.
Não , isso também não é verdade.

_Caio Fernando Abreu_( Os Dragões não conhecem o Paraíso)

domingo, 2 de setembro de 2012

Um Amor


caminhaste comigo quase metade da minha vida. e eu não tenho palavras para descrever o que foste e serás para mim. até porque , as palavras nunca foram necessárias para nós. tu estavas sempre onde quer que estivesse. sentias-me.
que posso eu dizer-te, minha Bebé?
que foste uma companheira inesquecível. queres saber um segredo para juntares a tantos que sabes?
estás aqui comigo. dás-me um beijo de boa noite e deitas a tua cabeça sobre a minha mão, como todos estes anos. só que hoje, as lágrimas são por ti.

tenho tantas saudades tuas!