domingo, 8 de julho de 2012

até...



Adeus, rios; adeus, fontes


Adeus, rios; adeus, fontes; adeus, regatos pequenos; adeus, vista dos meus olhos; não sei quando nos veremos. Minha terra, minha terra, terra onde me eu criei, hortinha que quero tanto, figueirinhas que plantei, prados, rios, arvoredos, pinhares que move o vento, passarinhos piadores, casinha do meu contento, moinho dos castanhais, noites claras de luar, campainhas timbradoras da igrejinha do lugar, amorinhas das silveiras que eu lhe dava ao meu amor, caminhinhos entre o milho, adeus para sempre a vós! Adeus, glória! Adeus, contento! Deixo a casa onde nasci, Deixo a aldeia que conheço Por um mundo que não vi! Deixo amigos por estranhos, deixo a veiga pelo mar, deixo, enfim, quanto bem quero… Quem pudera o não deixar!...


_Rosalía de Castro_


Ah, Cristo! suspirarei amanhã. quando me libertar destes sentimentos que já nem mais os sei controlar!

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